quarta-feira, 28 de abril de 2010

Heart in a Cage

Conheci uma pessoa que nunca teve grande dificuldade em "apaixonar-se".
Melhor, em encantar-se com alguém. Claro que, à parte de uma ou outra pessoa , foram paixonetas fugazes. Paixonetas que a cansavam ao fim de dois, três meses. Desfecho das histórias? Passava a vida a tirar tapetes a outras pessoas, a dizer 'tchau!' com uma leveza relativamente grande.
Sempre a ouvi dizer que o amor da vida dela seria aquele que, apenas com uma troca de olhares, a arrebataria! E que dizia eu? Nada. Não podia dizer nada. Ela acabaria por descobrir sozinha.
Demorou algum tempo, mas descobriu.
Como?
Fartou-se de procurar a tal troca de olhares. Encontrou-a simplesmente. Mas não se deixou enganar. Esperou impacientemente até ter, em si, todas as certezas do mundo. Quando as teve, deixou-se levar. Aí sim, teve o meu maior apoio! Porque eu sabia que não era mais uma paixoneta, que era a sério. A primeira vez que era a sério, e o quão importante era para ela.
Como estavamos, eu e ela, enganadas.
E porquê?
Desta vez, foi ela quem ficou sem tapete. Ao fim de dois meses provou aquilo que sempre tinha feito. E a queda foi terrível. Magou-a como eu nunca a tinha visto magoada.
Passado algum tempo consegui vê-la ultrapassar essa dor, a sorrir para quem a havia magoado. E ainda bem!
No entanto, essa queda deixou feridas.
Se antes ela tinha um coração que era facilmente arrebatado, que depois de mais um "fim" se recompunha por inteiro, agora não.
Agora tem as peças de um puzzle. Um puzzle que foi desfeito e que precisa de ser reconstruído. Reconstruído com calma, paciência, cuidado. E por saber que assim tem de ser, não deixa que ninguém a tente ajudar. Não por não querer. Eu sei que ela quer deixar que a ajudem. Mas porque tem medo de não estar à altura do "desafio", de se enganar mais uma vez. De ser ela a desfazer o puzzle da outra pessoa.
Adorava poder dizer-lhe o que seria melhor. Mas nem eu sei o que faria no lugar dela.

Conheci uma pessoa assim.


Conheço-me perfeitamente...

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